Teoria do Desenvolvimento Psicossocial de Erik Erikson

Imagem disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=1gI1VazizlI> Acesso 24.mai.2020


🧠 Quem sou eu? A teoria dos 8 estágios de Erikson e os conflitos que moldam nossa existência

Você já parou para pensar em como nossas inseguranças, dúvidas e buscas por sentido fazem parte de um roteiro previsto pelo nosso próprio desenvolvimento humano? O psicólogo e psicanalista Erik Erikson (1902–1994) dedicou sua vida a entender como nos tornamos quem somos. Ao ampliar os estudos freudianos sobre o ego, Erikson desenvolveu a Teoria Psicossocial do Desenvolvimento Humano, composta por oito estágios fundamentais, que vão do nascimento à velhice.

Cada estágio representa um conflito psicológico central – uma “crise” que o indivíduo precisa enfrentar e resolver. Essas crises não são patologias, mas desafios existenciais que, quando enfrentados com suporte, podem gerar crescimento e fortalecimento pessoal. Caso contrário, podem deixar marcas emocionais profundas, que atravessam o ciclo da vida.

🌱 1. Confiança vs. Desconfiança (0–1 ano e meio)

O bebê aprende a confiar no mundo a partir do acolhimento, afeto e previsibilidade que recebe. Se o cuidador responde com amor e constância, a confiança se forma. Caso contrário, instala-se a desconfiança básica, que pode gerar insegurança afetiva e medo do mundo.

🔑 Virtude: esperança


🚼 2. Autonomia vs. Vergonha e Dúvida (1 ano e meio–3 anos)

A criança começa a explorar o mundo, escolher o que comer, o que vestir, onde ir. Esse desejo de autonomia precisa ser incentivado sem humilhação. O excesso de punição ou controle pode gerar vergonha do próprio corpo e dúvida sobre a própria capacidade.

🔑 Virtude: vontade


🧒 3. Iniciativa vs. Culpa (3–6 anos)

Com maior liberdade de ação, a criança desenvolve iniciativa, experimenta papéis, imagina histórias. Se os adultos estimulam sua criatividade, ela floresce. Se a criticam demais ou limitam suas ações, pode internalizar culpa excessiva por desejar ou agir.

🔑 Virtude: finalidade


📘 4. Diligência (ou Construtividade) vs. Inferioridade (6–11 anos)

Ao entrar na escola, a criança se vê no mundo das regras, dos pares e das tarefas. Quando consegue se sentir produtiva e capaz, desenvolve autoestima saudável. Se fracassa repetidamente, nasce o sentimento de inferioridade e inadequação.

🔑 Virtude: competência


🤔 5. Identidade vs. Confusão de Papéis (12–18 anos)

A adolescência é o palco do clássico “quem sou eu?”. O jovem busca sentido, testa identidades, confronta o sistema. Se há espaço para experimentar e elaborar, constrói-se uma identidade sólida. Sem apoio, surge a confusão de papéis, o vazio e a sensação de não pertencer.

🔑 Virtude: fidelidade


💞 6. Intimidade vs. Isolamento (início da vida adulta)

Ao encontrar sua identidade, a pessoa busca relações profundas, vínculos autênticos. Quem teme perder a si mesmo ou teme ser rejeitado, recua. O isolamento não é apenas ausência de companhia, mas ruptura afetiva com o outro.

🔑 Virtude: amor


👶 7. Generatividade vs. Estagnação (meia-idade)

Chega o momento de contribuir para o mundo, seja criando, educando filhos, trabalhando com propósito ou engajando-se socialmente. Quem não encontra sentido nesse legado pode cair numa estagnação existencial, na repetição vazia do cotidiano.

🔑 Virtude: cuidado


🧓 8. Integridade vs. Desespero (velhice)

Ao olhar para trás, a pessoa se pergunta: valeu a pena? Se aceita sua trajetória com gratidão e paz, atinge a integridade do eu. Se lamenta as escolhas, sente que é tarde demais, e o desespero pode predominar. É a crise do fim – e da transcendência.

🔑 Virtude: sabedoria

Imagem disponível em <https://pt.scribd.com/doc/3035650/QUADRO-TEORIA-DE-ERIKSON> Acesso 24.mai.2020.

🎯 Por que essa teoria ainda importa?

A teoria de Erikson nos ajuda a entender que as dores e os conflitos não são desvios, mas partes do processo humano. Sua proposta vai além do indivíduo: ela toca as estruturas sociais que (des)amparam os sujeitos em cada fase. Como criar vínculos seguros em famílias precarizadas? Como formar identidade em escolas que não escutam? Como gerar intimidade em meio ao produtivismo?

No Brasil de hoje, onde tantas infâncias são interrompidas, juventudes são criminalizadas e velhices abandonadas, revisitar Erikson é também um chamado à responsabilidade coletiva com o ciclo da vida.


📚 Referências


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