Azeite de Oliva: Fraude ou Irregularidade?

O recente levantamento do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que revelou que 84% dos azeites de oliva importados como “extravirgem” apresentam irregularidades, gerou preocupação entre os consumidores. No entanto, é crucial entender a diferença entre fraude e irregularidade nesse contexto.

Fraude? Não, Irregularidade de Classificação!

Em primeiro lugar, é importante esclarecer que não se trata de fraude no produto em si, mas sim de irregularidade na classificação do tipo de azeite – extravirgem, virgem ou lampante. Esta classificação está diretamente relacionada à qualidade oferecida aos consumidores.

Fraude é Quando…

A fraude ocorre quando análises realizadas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) detectam a substituição do azeite de oliva por óleo vegetal, como óleo de soja, girassol ou canola, além da adição de corantes e aromas não permitidos. Essa prática é prejudicial à saúde dos consumidores e é considerada enganosa e ilegal.

Irregularidade na Classificação: Qualidade em Questão

Já a irregularidade na classificação diz respeito à qualidade do azeite. Nesse caso, o produto é legítimo, proveniente da oliveira, mas apresenta diferenças de qualidade que devem ser identificadas com base em características sensoriais que determinam sua superioridade ou inferioridade.

Como se Avalia a Qualidade?

Para identificar essas diferenças de qualidade nos azeites de oliva disponíveis no mercado, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no Rio Grande do Sul (LFDA-RS) realiza análises sensoriais. Painelistas altamente treinados provam e identificam aromas e sabores no produto. Essas análises complementam as verificações laboratoriais físico-químicas que confirmam a identidade e qualidade do produto.

A Importância da Análise Sensorial

O painel sensorial é formado por especialistas capazes de identificar pequenas variações de qualidade no azeite de oliva. Com base nessa análise, é emitido um certificado que classifica o azeite como virgem, extravirgem ou lampante. A análise sensorial é o único método para determinar o tipo de azeite e é regulamentada pela Instrução Normativa nº 01/2012.

Resultados e Fiscalização

Em 2023, o LFDA-RS analisou 46 amostras de azeite de oliva importado, sendo a maioria coletada nas fronteiras pela Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro). Dessas amostras, 82,6% apresentaram irregularidades, pois estavam sendo importadas e comercializadas como azeite de oliva extravirgem, mesmo não atendendo aos padrões sensoriais dessa classificação.

O que Isso Significa?

É importante ressaltar que essa amostragem não representa necessariamente todo o mercado brasileiro de azeite de oliva, mas sim uma área de investigação específica. O Mapa enfatiza que as ações de fiscalização têm contribuído para reduzir essas irregularidades e incentiva a criação de novos painéis sensoriais para aprimorar o controle de qualidade no setor.

Portanto, ao escolher seu azeite de oliva, fique atento à classificação e verifique se ele corresponde às suas expectativas em termos de qualidade. É um passo importante para garantir a integridade do produto que você coloca na sua mesa.

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