A chegada de mais um ano sempre suscita uma série de reflexões. Sobrevivemos a mais um período de 365 dias e noites. Chegamos vivos a mais um ano. E, como todos os anos são significativos, aqueles que terminam em zero ou cinco adquirem outra dimensão.
Chega-se a um quarto do tão esperado Século 21. Apenas cinco anos nos separam do fatídico 2030, quando deveríamos atingir o Net-zero nas emissões de carbono. Os ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – fixaram 2030 como um ano-chave.
O Brasil, que deveria fazer coincidir as eleições para que, a cada dois anos, não fosse necessária a logística de requisitar prédios, convocar cidadãos para um trabalho que a maioria não gosta de fazer e movimentar o Tesouro para financiar a propaganda eleitoral, terá novos prefeitos nos 5.570 municípios da Federação.
Há esperança de que seja levada a sério a maior ameaça que já rondou a humanidade: as emergências climáticas.
Ninguém pode alegar ignorância. Os fenômenos extremos já começaram e não vão cessar. Os prefeitos têm uma enorme responsabilidade nesses próximos quatro anos: fazer valer as recomendações da ciência, estimular o comportamento consciente de toda a sociedade, que precisa acordar e deixar de atribuir toda a responsabilidade ao governo. As emergências climáticas atingirão a todos. Não é uma questão política ou ideológica.
Quem tiver juízo colaborará para reduzir a emissão de gases venenosos, plantar mais árvores, economizar água e energia, cuidar dos mais carentes e transformar cada cidade em um oásis de harmonia, com a certeza de que todos são importantes nessa luta, que não pode dispensar a ajuda de ninguém.
Um ano novo é também a hora do compromisso para fazer aquilo que não foi feito em 2024. Para renovar os propósitos de mudança de rumo, principalmente para cuidar da alma, cuja estética se chama ética.
Cuidemos de nossas alminhas, façamos com que elas se preocupem com o essencial e dispensem o acidental.
A vida é curta e frágil. Quantos anos ainda viveremos? Quantas vezes ainda teremos o privilégio de abraçar as pessoas queridas e dizer: “Feliz Ano Novo?” Por isso, aproveitemos o momento presente. O único tempo que, embora fugaz, realmente nos pertence.
Feliz 2025 para todos!
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
