O mercado de arroz no Brasil, em 2024 registrou a maior importação do cereal em 21 anos. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil importou 1,49 milhão de toneladas de arroz em casca em 2024, um crescimento em relação às 1,41 milhão de toneladas do ano anterior. Este volume de importações ultrapassou o volume exportado do produto, que foi de 1,42 milhão de toneladas no ano passado, uma queda significativa em comparação às 1,75 milhão de toneladas exportadas em 2023.
Este cenário reflete uma reviravolta no mercado de arroz brasileiro, que nos últimos anos manteve um superávit nas transações comerciais. Após seis anos consecutivos de exportações superiores às importações, 2024 foi o ano em que as importações superaram as exportações em cerca de 74 mil toneladas. Este movimento pode ser atribuído a uma série de fatores, como desafios internos de produção e flutuações no mercado externo.
Em termos de preços, o mercado interno também experimentou variações. De acordo com o levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), os preços domésticos do arroz encontraram um certo nível de suporte nas regiões produtoras, com destaque para o Rio Grande do Sul. Em 14 de janeiro de 2025, o indicador Cepea/Irga-RS registrou a cotação média de R$ 99,72 a saca de 50 quilos, uma alta de 0,57% desde o início de janeiro. Esse aumento nos preços pode refletir o equilíbrio entre a oferta e a demanda no mercado nacional, impactado tanto por questões internas quanto pela dinâmica do comércio exterior.
Este movimento de importações em crescimento e exportações em queda sinaliza uma possível mudança nas estratégias de comércio exterior do Brasil, afetando a dinâmica de preços e a oferta interna do arroz no mercado global. Para as empresas que atuam no comércio exterior, esse cenário pode gerar oportunidades, especialmente no que tange às negociações internacionais e na adaptação às novas condições de mercado.
Por Columbia Trading
