O poeta experimental Antonio Archangelo, conhecido por sua obra inovadora que funde erudição, antropofagia cultural e linguagem semantofonomórfica, acaba de lançar seu mais recente poema: “Apocatástase”. Publicado em seu blog oficial, o texto já está gerando discussões entre críticos literários e entusiastas da poesia de vanguarda.
Em “Apocatástase”, Archangelo conduz o leitor por uma viagem arqueoliterária, interrogando as origens da humanidade desde os primórdios no Vale do Rift até as civilizações pré-colombianas, passando por sítios arqueológicos como Sterkfontein (África do Sul), Neanderthal (Alemanha) e Chichen Itzá (México). O poema, estruturado como uma litania filosófica, questiona:
“Ó, primata vigário! D’ondes viestes?
Do agreste, da terra do Clóvis, ou do Saara?”
Com versos que mesclam paleontologia, teosofia e mitologia, o texto desafia o leitor a refletir sobre o passado fragmentado da espécie humana e seu fogo incerto. A obra dialoga com referências que vão desde a genética (“Eva mitocondrial”) até a arte rupestre de Lascaux, além de resgatar figuras históricas como Juanita (múmia inca) e Luzia (fóssil brasileiro). A linguagem, ao mesmo tempo arcaizante e futurista, lembra a tradição modernista de Haroldo de Campos, mas com um toque de caos controlado característico do autor. A densidade simbólica do poema, que funciona como um quebra-cabeça histórico-literário.
“Archangelo não escreve versos; ele escava palavras como um arqueólogo das línguas. ‘Apocatástase’ é um mapa poético da diáspora humana, onde cada estrofe é um fóssil linguístico” — comenta Marques, pesquisadora de crítico de literatura contemporânea.
Já os leitores comuns têm dividido opiniões: alguns celebram a ousadia linguística, enquanto outros brincam que “é preciso um dicionário de antropologia para decifrar”.
Onde Ler?
O poema está disponível gratuitamente no blog oficial do autor, com versão em PDF prevista para breve. Há rumores de que fará parte de um novo livro, ainda não anunciado.
A pergunta final do poema ecoa:
“Ó, primata sem resposta, passado em pedra, futuro em sombra — d’ondes viestes?”
Enquanto isso, Archangelo, “senhor dos linotipos”, continua sua exploração nas fronteiras da palavra.
📌 Link para leitura: https://poesiasnonsense.blogspot.com/2025/04/apocatastase.html
Leia. Questiona-se. E descubra se há respostas.
Por: Redação Literatura Contemporânea
04/2024
