Rio Claro, 10 de abril — Um forte poema escrito por um professor da rede pública está chamando atenção nas redes sociais e entre educadores. Inspirado no clássico “Agora, José?” de Carlos Drummond de Andrade, o texto denuncia a reprodução de práticas racistas e punitivas dentro das escolas brasileiras.
No poema, o autor questiona o papel do docente que, embora se declare antirracista e defensor da igualdade social, reforça preconceitos ao punir, censurar e reprovar alunos das periferias. Usando linguagem simples e coloquial, o texto compara a atuação desses profissionais ao antigo “capitão do mato”, figura histórica ligada à repressão de negros escravizados.
“Você que pune, que grita, que censura e reprova”, acusa o poema, ressaltando a incoerência entre o discurso progressista e as práticas excludentes no cotidiano escolar. O autor também aponta como o ensino da norma culta, muitas vezes imposto de forma violenta, pode funcionar como instrumento de embranquecimento cultural e de exclusão social.
Com uma estrutura marcada por repetições e perguntas retóricas, o poema evoca o ritmo de Drummond para amplificar a denúncia e provocar reflexão. “A festa acabou, a luz apagou, e você, docente, para onde migrou?”, questiona o autor ao final, deixando no ar a crítica à desilusão e ao conformismo de parte dos educadores.
A repercussão do texto reflete debates atuais sobre a necessidade de práticas pedagógicas mais inclusivas e comprometidas com a justiça social. Especialistas destacam que a crítica é pertinente, especialmente em um contexto em que se discute a implementação efetiva da Lei nº 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.
“Mais do que declarar-se antirracista, é preciso rever práticas e metodologias”, afirma a pedagoga Marina Silva. “O poema é um chamado à autocrítica e à transformação real dentro das salas de aula.”
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