São Paulo, 22 de abril de 2025 — No aniversário de 525 anos da invasão portuguesa, o poeta experimental Antonio Archangelo lança “(In)Vasão”, um poema que ressignifica a data como luto coletivo. Publicado em seu site oficial, a obra mistura crítica histórica e inovação linguística para denunciar o genocídio indígena e suas reverberações no Brasil atual.
Com versos que jogam com palavras como “Vasão” (fluxo) e “Invasão”, Archangelo desmonta a narrativa do descobrimento — “Descobre e mente” — enquanto ecoa referências do Hino Nacional e cantos ancestrais. O poema termina com um apelo: “ó Francisco, dai humanidade a esta gente sem luz no fim do túnel”, unindo espiritualidade e desespero político.
O autor, conhecido por seus “Poemas Semanticofonomórficos Antropofágicos”, usa aqui sua técnica marcante: palavras que mudam de sentido conforme o som, criando camadas de interpretação. Confira:
Elegia da (In) Vasão
em abril 22, 2025
Vasão
(In) Vasão
"Descobre" e mente,
rubro sangue, não sentes?
Vaso rubro, broto d'água
nascentes, não mentes?
Mortes,
Genocídio,
servidão, escravidão
envazando a vazante
matando em deflúvio?
Vinte e dois,
invasão e genocídio.
Abriu a vazão, d'alma e da aorta
nobre gentio, nobre gentio!
Contra vontade e compadrios
vantagens empávidas
em berço esplendido e aos gritos
desgraçou o paraiso e foi-se o navio!
Cacarejo em cócoras
as sementes deste futuro
que germina no centro da oca
que culmina no parto do nosso
fúlguras, ó Brasil, porão da América
Florão de outrora rijo chora e suplica
Nesta oração, peço, ó Francisco, dai humanidade
a esta gente que caminha sem uma luz no fim do túnel!
Para entrevistas:
antonioarchangelo@gmail.com

Eu entendi que a invasão de Portugal ao Brasil foi uma data representativa e que estamos em luto coletivo. Entendi que, no texto, Antônio faz uma brincadeira com as palavras, fala sobre o que é importante e faz uma referência ao nosso Hino Nacional.
Comentário feito por Eduardo Leandro e Marta Oliveira, alunos da 7ª e 8ª série da Escola Municipal João Ruffino de Santa Gertrudes.
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