Trabalho de inteligência da Receita no Aeroporto de Guarulhos impediu que droga oculta fosse despachada como carga comum para um dos mercados mais lucrativos para o tráfico
A Receita Federal interceptou no último final de semana, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, uma remessa inusitada de cocaína. A droga foi encontrada em bolinhas de isopor que envolviam vasos de vidro do tipo Murano — material comumente usado como embalagem protetora para objetos frágeis em exportações. O destino da carga era a Austrália, país onde o valor da droga no mercado ilegal pode chegar a cifras altíssimas, tornando a operação especialmente lucrativa para o crime organizado.
Ao todo, 12 caixas foram despachadas como carga regular, cada uma contendo um vaso cuidadosamente envolto por centenas dessas esferas de isopor. A princípio, a carga não levantou suspeitas na inspeção visual. No entanto, a persistência da equipe de análise de risco da Receita, aliada à atuação de cães farejadores, motivou uma nova checagem.
Ao abrir algumas das bolinhas, os agentes descobriram que estavam parcialmente preenchidas com um pó branco de características similares à cocaína. O disfarce, considerado sofisticado e trabalhoso, exigiu a abertura individual de cada esfera suspeita. A quantidade total da droga ainda será confirmada após pesagem oficial, antes de ser encaminhada à Polícia Federal para os devidos procedimentos.
O caso evidencia não apenas a criatividade crescente das organizações criminosas no uso de embalagens aparentemente inofensivas, mas também a importância da atuação integrada entre inteligência fiscal, controle aduaneiro e forças de segurança. A operação reforça a vulnerabilidade dos corredores logísticos internacionais e a necessidade de constante atualização tecnológica e humana nos processos de fiscalização.
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