📉 Cresce o rendimento médio no Brasil, mas metade dos trabalhadores não sente melhora no bolso


Apesar de o rendimento médio do trabalho ter atingido o maior valor da série histórica — R$ 3.270 em 2024, segundo o DIEESE — apenas 52% dos ocupados declararam ter tido aumento real nos ganhos. Ou seja, metade da força de trabalho não percebeu melhora em seu rendimento frente à inflação.

🔍 Crescimento desigual: mesmo percentual, impactos distintos

Entre 2022 e 2024, o rendimento médio dos ocupados subiu 7,5% de forma aparentemente equânime entre todas as faixas de renda. No entanto, o aumento absoluto escancara desigualdades:

  • Para os 40% com menor renda, o aumento foi de apenas R$ 76 por mês.
  • Já para os 10% mais ricos, o ganho foi de R$ 901 mensaisquase 12 vezes mais.

Além disso, a mediana dos rendimentos (aquele valor abaixo do qual estão 50% dos trabalhadores) subiu apenas R$ 27, mostrando que, para a maioria, o crescimento foi ínfimo.

🧾 Desemprego em queda, informalidade em alta?

Embora o número de ocupados tenha crescido em 4,4 milhões de pessoas entre 2022 e 2024 e o desemprego tenha caído para 6,8 milhões, 31% dos ocupados ainda ganhavam até um salário mínimo no final de 2024. Cerca de 5 milhões de brasileiros estão subocupados, ou seja, gostariam de trabalhar mais, mas não encontram oportunidades.

🤔 Insatisfação sem mistério

A aparente contradição entre os dados positivos e o descontentamento generalizado da classe trabalhadora não é tão enigmática assim. O DIEESE sugere que os aumentos percentuais médios escondem a realidade concreta de que a renda não cresceu o suficiente para compensar a alta no custo de vida, especialmente dos itens básicos.

Além disso, os que passaram a ser ocupados após o desemprego muitas vezes entraram em ocupações precárias, com rendimentos baixos, o que eleva a média, mas não melhora a percepção geral da população sobre sua situação econômica.

📣 Considerações e caminhos

O boletim aponta que a valorização do salário mínimo, a ampliação do emprego formal e o fortalecimento da negociação coletiva são pilares essenciais para reverter esse quadro. Apesar dos dados macroeconômicos promissores, a realidade ainda é de desigualdade na distribuição da renda do trabalho.


Fontes:

  • DIEESE. Emprego em Pauta nº 30 – Rendimento médio do trabalho subiu, mas apenas metade dos ocupados diz que rendimento aumentou em 2024. Junho de 2025.
    Leia na íntegra ou leia o documento:

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