🧹 “Caça às bruxas” na Cultura continua com exonerações e nova comissão de controle

Com o pedido de CP contra ex-secretário preso, Prefeitura exonera adjunta da Cultura e cria comissão para reavaliar projetos. Movimentos apontam tentativa de blindagem política.

A edição de sexta-feira (13) do Diário Oficial de Rio Claro trouxe dois atos assinados pelo prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) que acirram a crise na Secretaria Municipal de Cultura. Em meio à repercussão da prisão do vereador e ex-secretário Dalberto Christofoletti, e às cobranças por investigação legislativa, a Prefeitura exonerou a então secretária-adjunta Cláudia Cristina Fiorio Guilherme e instituiu uma Comissão Especial para “análise de pendências” de projetos culturais.

📉 Exoneração em meio ao escândalo

A Portaria nº 20.852, de 12 de junho, determina a exoneração de Cláudia Fiorio, que ocupava cargo de confiança na Cultura. A decisão ocorre após cancelamentos de empenhos herdados de suposta influência de Dalberto mesmo após sua prisão.

Fontes ligadas ao setor cultural veem a exoneração como medida paliativa para conter a pressão popular e blindar a nova secretária.

🧾 Comissão para “avaliar pendências” de 2022

Já a Portaria nº 20.854, também publicada na sexta-feira, cria uma comissão com cinco membros para revisar os projetos inscritos no Edital nº 001/2022, com foco na instrução de processos indenizatórios. A presidência da comissão ficará com Pedro Beinotti Brandão do Prado, servidor da Cultura, e conta ainda com integrantes das pastas de Justiça e Finanças.

A medida ocorre após denúncias de que a nova gestão estaria tentando esvaziar os efeitos do edital e extinguir compromissos firmados. Movimentos culturais denunciam que o objetivo da comissão seria revisar pagamentos e travar repasses que já haviam sido aprovados, sob o pretexto de reanálise técnica.

🧨 Reação em cadeia

A crise na Cultura foi desencadeada com a prisão de Dalberto Christofoletti, acusado de envolvimento em fraudes em contratos da pasta. Com a pressão pública, o vereador Rafael Andreeta protocolou pedido de Comissão Processante (CP), que será lida na próxima sessão da Câmara.

A exoneração e a criação da comissão especial são vistas por servidores e artistas como uma reação desesperada da Prefeitura para conter a sangria e recuperar o controle político da pasta, deslegitimando o trabalho anterior e instaurando uma espécie de “caça às bruxas” cultural.

📣 Setores culturais alertam para retrocesso

Artistas, produtores e conselheiros municipais ouvidos pelo Archa denunciam que a comissão é formada apenas por nomes ligados à Prefeitura, sem participação da sociedade civil ou do Conselho Municipal de Política Cultural.

“Estão tentando apagar tudo que foi feito com participação social e transparência. Agora querem passar o trator, fingindo que é para corrigir erros técnicos”, afirmou um membro do conselho que pediu anonimato.

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

search previous next tag category expand menu location phone mail time cart zoom edit close