Coletivo da Educação convoca população para panelaço no desfile de aniversário de Rio Claro

Por Portal Archa
Publicado em 22 de junho de 2025

Na manhã desta terça-feira, 24 de junho, profissionais da educação, pais, estudantes e apoiadores da rede pública de ensino de Rio Claro (SP) vão ocupar o cruzamento da Avenida 1 com a Rua 1 com um protesto simbólico e sonoro: um grande panelaço marcado para as 8h30. A ação, convocada pelo coletivo Servidores em Luta, denuncia a precarização da educação no município e o descaso do poder público com o futuro das crianças.

O mote da manifestação é direto: “A culpa não é das cozinheiras!”, uma resposta à narrativa oficial que tenta transferir para os servidores a responsabilidade por problemas estruturais nas escolas, como a falta de leite, de merenda, de papel higiênico e de materiais pedagógicos.

Enquanto isso, a Prefeitura desembolsou mais de R$ 1 milhão para custear eventos comemorativos aos 198 anos da cidade, incluindo R$ 700 mil para balonismo e R$ 241 mil em estruturas para o desfile cívico.

🎈 Balões no céu, leite negado no chão

A contradição entre o investimento em festividades e a escassez nas unidades escolares ganhou força nas redes sociais após a circulação de uma mensagem de uma diretoria escolar, informando que não haveria leite para os alunos no dia 13/06, por falta de entrega do Departamento de Alimentação. A publicação da nota coincidiu com a divulgação no Diário Oficial de contratos milionários para a 12ª Copa Brasil de Balonismo, organizada pela Confederação Brasileira da modalidade e bancados com recursos públicos sob a justificativa de inexigibilidade.

“O balonismo virou cortina de fumaça”, afirma um professor da rede. “Ninguém é contra cultura, mas a escola precisa ser prioridade.”

📢 Silêncio oficial e ataque institucional

A manifestação desta terça é parte de um movimento mais amplo que já reúne mais de 1.300 assinaturas em uma Nota de Repúdio às declarações do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD). Em entrevista à rádio Jovem Pan, o chefe do Executivo municipal tentou deslegitimar o descontentamento da educação, acusando professores de articularem interesses políticos e classificando o debate como “guerra de narrativas”.

A fala também atacou a atuação da presidente do Conselho Municipal de Educação (COMERC), Rosemeire Archangelo, que havia discursado na Câmara Municipal na véspera. Educadores reagiram com firmeza, classificando as declarações como tentativa de censura e desqualificação das instâncias democráticas da educação.

“Porque a escola é território de revolução. Educação não é custo. É escolha política. E nós escolhemos lutar”, reforça a nota dos servidores.

🧾 Câmara omissa e sociedade mobilizada

A maioria da Câmara Municipal segue silenciosa diante das denúncias, mesmo com respaldo legal para fiscalizar os atos do Executivo, conforme prevêem os artigos 34 e 227 do Regimento Interno do Legislativo. Para os educadores, a omissão parlamentar agrava ainda mais o cenário de desmonte da escola pública e de desrespeito à legalidade.

O protesto desta terça-feira, portanto, é mais que um ato simbólico: é um grito coletivo por dignidade, por justiça e por prioridade no orçamento público.

📍 SERVIÇO – PROTESTO DA EDUCAÇÃO

  • 📆 Data: Terça-feira, 24 de junho
  • 🕗 Hora: 08h30
  • 📍 Local: Avenida 1 com Rua 1 (Centro de Rio Claro)
  • Leve sua panela!

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