6 de junho de 2025 (PANAFTOSA/SPV-OPAS/OMS) – Em um avanço histórico para a pecuária brasileira, o país foi oficialmente reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação, ao lado da Bolívia. O anúncio foi feito pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados, realizada em Paris no fim de maio de 2025.
Esse novo status marca uma virada estratégica para a produção agropecuária nacional: elimina a necessidade de campanhas de vacinação, reduz custos e fortalece a imagem do Brasil como fornecedor confiável no mercado internacional.
“É um triunfo para as comunidades rurais e as economias historicamente afetadas pela febre aftosa”, destacou Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
🌎 Impacto continental
Com o reconhecimento de Bolívia e Brasil, mais de 80% do gado bovino das Américas passa a ter status livre de febre aftosa sem vacinação. Só na América do Sul, esse percentual sobe para 65%, contra 35% antes do anúncio.
Na prática, isso significa mais segurança para o comércio internacional, já que a febre aftosa é altamente contagiosa, causa febre e bolhas no gado, prejudica a produção de carne e leite e impõe barreiras sanitárias.
O diretor do PANAFTOSA/SPV (Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária), Ottorino Cosivi, destacou o trabalho de décadas para alcançar esse objetivo:
“Essa conquista reflete mais de 30 anos de esforços coordenados entre serviços veterinários e produtores rurais. A OPAS continuará apoiando os países na manutenção desse status, fortalecendo a vigilância e a preparação para emergências.”
✅ Por que isso importa para o Brasil
Ser livre de febre aftosa sem vacinação é mais do que uma meta sanitária. É um selo de qualidade que destrava mercados internacionais, amplia exportações de carne bovina e reduz custos milionários com campanhas nacionais de imunização.
Segundo especialistas, o Brasil poderá negociar melhor suas cotas de exportação, ganhar acesso preferencial a mercados mais exigentes e consolidar-se como um dos principais players globais no setor.
Mas o novo status também impõe responsabilidades: manter sistemas de vigilância eficazes para evitar a reintrodução da doença.
🏥 Sobre a febre aftosa
A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que afeta bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Provoca febre, feridas e redução drástica na produção de carne e leite, gerando perdas econômicas graves.
Embora controlada em boa parte das Américas, a doença ainda afeta 77% dos rebanhos bovinos na África, Oriente Médio e Ásia, segundo a OMSA.

🌐 Cooperação internacional
O resultado anunciado em Paris coroa décadas de cooperação regional, organizadas no Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), criado em 1951 pelo Brasil, a OEA e a OPAS.
Por meio do PANAFTOSA, foi possível garantir assistência técnica, vigilância epidemiológica, capacitação e coordenação com serviços veterinários nacionais, além de fortalecer parcerias público-privadas com produtores rurais.
Segundo Jarbas Barbosa (OPAS): “É também um reconhecimento da excelência da pecuária e dos serviços veterinários oficiais.”
Essa conquista eleva mais de 80% do gado bovino das Américas ao status de livre de febre aftosa sem vacinação, com mais de 65% do gado bovino sul-americano em áreas com esse status – em comparação com os 35% anteriores. Atualmente, apenas 1% do gado bovino localizado na Venezuela não possui o status de livre de febre aftosa, embora o país esteja trabalhando para ser reconhecido como livre da doença com vacinação.

A febre aftosa, uma doença viral altamente contagiosa, causa febre e bolhas no gado, reduzindo a produção de carne e laticínios e restringindo o comércio internacional. Há décadas, representa uma ameaça à segurança alimentar e às economias nas Américas. A vacinação tem sido a principal estratégia para controlar surtos e prevenir novos casos, permitindo que muitos países erradicassem a doença.
Esse progresso é resultado de décadas de colaboração por meio do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), coordenado pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária (PANAFTOSA/SPV) da OPAS. Fundado em 1951 por meio de um acordo entre o Brasil, Organização dos Estados Americanos (OEA) e a OPAS, o PANAFTOSA tem proporcionado cooperação técnica, vigilância e capacitação, trabalhando em estreita colaboração com a Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (COSALFA) e parcerias público-privadas.
Ao eliminar a necessidade de campanhas nacionais de vacinação, a Bolívia e o Brasil reduziram custos e fortaleceram sua posição nos mercados globais. “Essa conquista reflete mais de 30 anos de esforços coordenados entre serviços veterinários e produtores rurais”, disse Ottorino Cosivi, diretor do PANAFTOSA. “A OPAS continuará apoiando os países na manutenção desse status, fortalecendo a vigilância e a preparação para responder rapidamente a surtos ou emergências, garantindo uma região livre de febre aftosa”, adicionou.
Segundo a OMSA, a febre aftosa afeta 77% dos rebanhos bovinos na África, Oriente Médio e Ásia. Os países livres devem permanecer vigilantes para evitar sua reintrodução.
