A educadora e pesquisadora Luzia da Glória Soares defendeu, no Programa de Pós-Graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a dissertação “Mulheres Guardiãs de Culturas: saberes e fazeres quilombolas – Comunidade Caco, Pindaí-Bahia”.
O trabalho, orientado pela professora Dra. Maria Lúcia Porto Silva Nogueira, analisa o protagonismo das mulheres quilombolas da comunidade Caco, no Sertão Produtivo, Bahia, e sua atuação na preservação da cultura afro-brasileira. A pesquisa se fundamenta na história oral, trazendo narrativas que revelam saberes tradicionais, práticas de resistência e experiências intergeracionais de mulheres que transformam o cotidiano em espaço de luta e de memória.
Ao longo do estudo, Luzia da Glória evidencia que o Quilombo Caco é uma comunidade forjada na resistência de seus antepassados, cuja herança cultural permanece viva por meio das práticas coletivas — como o artesanato, a culinária, as rezas e as benzedeiras — que garantem a continuidade das tradições afrodescendentes.
Inspirada por autoras como Djamila Ribeiro, bell hooks, Patricia Hill Collins e Lélia Gonzalez, a pesquisa articula conceitos de gênero, raça, território e ancestralidade, propondo uma leitura decolonial sobre a atuação das mulheres negras na reconstrução simbólica e social de seus territórios.
“As mulheres do Quilombo Caco carregam o poder de transformar o invisível em presença, o esquecimento em narrativa e o silêncio em ato político”, afirma a pesquisadora.
O trabalho integra a linha de pesquisa Ensino, Sociedade e Ambiente do PPGELS/UNEB e propõe um produto educacional voltado à valorização dos saberes quilombolas na educação básica, contribuindo para políticas de formação docente antirracista e de valorização das comunidades tradicionais.
Referência:
SOARES, Luzia da Glória. Mulheres guardiãs de culturas: saberes e fazeres quilombolas — Comunidade Caco, Pindaí-Bahia. Dissertação (Mestrado em Ensino, Linguagem e Sociedade) – Universidade do Estado da Bahia, Caetité, 2025.
