São Paulo, 25 de novembro de 2023 – Nesta segunda-feira, 27 de novembro, marca-se o quadragésimo aniversário do emblemático primeiro comício unificado da campanha “Diretas Já”, que exigia a restauração da democracia plena com eleições diretas para presidente da República. O evento, ocorrido em 1983, em frente ao Estádio do Pacaembu, na cidade de São Paulo, foi coordenado de forma suprapartidária e contou com a adesão de mais de 70 entidades da sociedade civil.
O cenário político da época era dominado pela ditadura militar, que se estendeu de 1964 a 1985, com a escolha do presidente sendo feita de forma indireta pelo Colégio Eleitoral. O último pleito direto para a presidência havia ocorrido em 1960, deixando os brasileiros sem a possibilidade de escolherem seu líder por 23 anos.
A proposta de emenda constitucional, conhecida como Emenda Dante de Oliveira, apresentada pelo deputado federal Dante de Oliveira em março de 1983, ganhou destaque e apoio popular. No dia 27 de novembro de 1983, os governadores eleitos pela oposição assinaram um manifesto conjunto em apoio à emenda, culminando no primeiro comício unificado das Diretas Já, que reuniu 15 mil pessoas em frente ao Pacaembu.
Esse evento marcou o início de uma mobilização nacional, com comícios em diversas cidades do país, incluindo Curitiba, João Pessoa, Belém, Rio de Janeiro, e outros. O ápice foi o comício da Candelária, no Rio de Janeiro, que atraiu mais de um milhão de pessoas, tornando-se a maior manifestação de rua na história do Brasil até então.
Embora a emenda não tenha obtido o quórum necessário para ser aprovada em abril de 1984, a campanha das Diretas Já teve um impacto significativo na redemocratização do país. Nas eleições indiretas de 1985, a ditadura não conseguiu impor seu candidato, resultando na posse de José Sarney como o primeiro presidente civil desde o início da ditadura militar.
A democracia plena seria restabelecida apenas em 1988, com a promulgação da Constituição Federal. As eleições diretas para presidente finalmente ocorreram em 1989, elegendo Fernando Collor de Mello como o primeiro presidente eleito diretamente pelo povo brasileiro, encerrando um capítulo5marcante na história política do país.
