Em entrevista a correspondentes internacionais no último dia 22, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a polêmica envolvendo a autonomia do Banco Central e a política fiscal do governo. Em resposta a perguntas sobre o prazo para a indicação de novos diretores do Banco Central e os bloqueios orçamentários, Lula defendeu que a verdadeira preocupação deveria ser a eficácia das políticas econômicas e a justiça social.
Sobre a autonomia do Banco Central, Lula afirmou que a escolha dos novos diretores será feita em colaboração com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Na hora que eu indicar, vou combinar com o Haddad, e o Haddad vai dizer: ‘presidente, acho que está na hora da gente indicar’”, declarou o presidente, sublinhando que a decisão será baseada na competência técnica e na honestidade dos candidatos.
Lula também criticou a ênfase da imprensa na autonomia do Banco Central, questionando a falta de foco nas questões econômicas mais amplas. “A questão é: quem está preocupado com o aumento de salário do povo?”, questionou, apontando que as preocupações do atual presidente do Banco Central sobre salários e inflação são secundárias comparadas à necessidade de crescimento econômico e distribuição justa da riqueza.
Sobre os bloqueios orçamentários, Lula reafirmou seu compromisso com a responsabilidade fiscal, citando os ensinamentos de sua mãe sobre viver dentro das possibilidades financeiras. Ele criticou as desonerações que favorecem grandes empresas sem garantir benefícios sociais e reiterou que o governo continuará a fazer ajustes orçamentários conforme necessário. “Eu não fui eleito para brincar de governar. Eu fui eleito para mostrar que o Brasil pode crescer e distribuir melhor a sua riqueza”, afirmou.
Em relação à política energética, Lula enfatizou a importância da transição para energias mais limpas, mas também a necessidade de continuar explorando petróleo enquanto o mundo se adapta a novas fontes de energia. “O Brasil tem conhecimento e tecnologia para liderar na transição energética, mas o mundo ainda precisa de petróleo”, explicou.
Lula também abordou a importância do G20 como um fórum para discutir questões globais, como a regulação de empresas de aplicativos e a responsabilidade na internet. Ele destacou que o Brasil deve usar sua presidência do G20 para promover mudanças significativas e avançar nas discussões sobre a transição energética global.
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