Frequentemente, o discurso político não se alinha com as ações de líderes ou partidos, mesmo entre os mais pragmáticos em relação às suas ideologias. A coligação Unidade Progressista, ao apoiar Luciana Quintino — uma professora da rede municipal, negra e mãe —, responde ao clamor global por maior participação feminina e por inclusão da negritude em espaços de poder e decisão. Em Rio Claro, onde as mulheres são maioria, essa escolha reforça a importância de garantir espaços para todos.
Ao refletir sobre essa questão, é interessante comparar com a situação da vice-presidente dos EUA, Kamala Harris. Kamala, que já conta com o apoio suficiente dos delegados democratas para a candidatura presidencial, é a primeira procuradora-geral negra da Califórnia e filha de uma cientista indiana e de um professor universitário jamaicano. Da mesma forma, Luciana Quintino, com suas raízes em uma família de operários do setor químico que ajudou a construir Rio Claro, representa uma nova esperança para nossa cidade.
O que está em jogo é a chance de garantir que a presença feminina e o empoderamento das minorias se tornem a base de uma luta efetiva contra a necropolítica, simbolizada pelo avanço da extrema-direita. Uma candidatura branca e masculina não será suficiente para unir todos os progressistas em torno de uma ação coordenada para enfrentar essa ameaça.
Assim como Kamala Harris representa uma nova era para os EUA, Luciana Quintino simboliza a esperança de um futuro melhor para Rio Claro. Ela traz a promessa de mais espaços de fala, inclusão e verdadeira reparação histórica para um povo que, assim como os povos originários, teve suas dificuldades muitas vezes ignoradas pela história.
A coragem da coligação Unidade Progressista (PSB, Solidariedade, PT, PV e PCdoB), que deve ser sacramentada no próximo dia 27, será lembrada como um marco na história de Rio Claro.
Viva Kamala Harris, viva Luciana Quintino!
Autor: Antonio Archangelo, gestor, professor e escritor
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