Evento reúne representantes da ENAP, Municipalidad de Córdoba, Ibirá Negócios Sociais e Caixa Econômica Federal para debater soluções concretas para a transformação do setor público na América Latina
Por Redação Archa | 19 de junho de 2025
Aconteceu na última terça-feira (17) o 1º Encontro da Comunidade de Inovação Aberta, com o tema “Como financiar inovação no setor público”. O evento, promovido pela GNova/ENAP, reuniu experiências nacionais e internacionais, destacando modelos concretos de articulação entre governos, startups e fundos de impacto.
Com falas em português e espanhol, a abertura foi conduzida por Luís Izycki, coordenador do GNova Lab, que destacou a urgência de soluções criativas e colaborativas para problemas públicos complexos. “A inovação não é só técnica, é principalmente política e institucional”, afirmou.
💡 Córdoba apresenta modelo pioneiro de fundo público para inovação aberta
A principal apresentação internacional veio de Marcela Nicolaides, diretora de inovação pública da Municipalidad de Córdoba, na Argentina. Ela apresentou o Fondo Córdoba Ciudad Inteligente, o primeiro fundo público da América Latina voltado exclusivamente para investimentos em inovação aberta.
“Não se trata apenas de financiar startups. O fundo cria um ecossistema em que governo, universidade e setor privado compartilham riscos e co-investem na resolução de problemas públicos com soluções tecnológicas validadas”, explicou Marcela.
O fundo, criado por lei municipal, já captou mais de US$ 2 milhões e apoia 22 startups com soluções aplicadas em áreas como educação, saúde, mobilidade urbana, gestão ambiental e acessibilidade.
🌍 Ecossistemas de impacto e parcerias público-privadas de nova geração
Luciano Gurgel, da Ibirá Negócios Sociais, reforçou a importância dos apoios não financeiros para além do capital. “O que faz uma inovação florescer não é só o investimento, mas a conexão, a mentoria, o ambiente institucional”, disse. Ele defendeu que governos atuem como “plataformas” de experimentação, onde negócios de impacto testam soluções públicas com potencial de escala.
🏦 Caixa Econômica apresenta desafios e avanços na inovação interna
Na sequência, Rodrigo Salgado, gerente nacional de inovação da Caixa Econômica Federal, apresentou os esforços do banco para superar entraves burocráticos e culturais. Segundo ele, a instituição já conta com 30 startups GovTech em residência, 4 contratos assinados e 60 projetos de inovação em fase de implementação.
Salgado também apresentou o Hub Teia, espaço de inovação aberta da Caixa, e defendeu que a transformação digital no setor público precisa ser acompanhada por mudanças estruturais internas:
“Não adianta trazer startup para o município se a área de contratação pública não entender que o processo precisa ser ágil. A inovação começa por dentro.”
🧠 Cultura de inovação e institucionalidade como chaves do futuro
Além das apresentações, o evento foi marcado por reflexões sobre os desafios da governança da inovação, a necessidade de instrumentos regulatórios flexíveis e o papel das redes de cooperação.
A experiência de Córdoba, validada por organismos como o BID Lab e a CAF (Corporação Andina de Fomento), foi apontada como um modelo replicável para cidades de médio porte que buscam institucionalizar políticas de inovação com sustentabilidade e impacto social mensurável.
