Um estudo realizado na Universidad Estatal Península de Santa Elena (Equador) investigou como o método Montessori contribui para o desenvolvimento da autonomia em crianças de 3 a 4 anos. O trabalho, de autoria de Alexandra Lisbeth Choez Zuñiga e Jessica Marlene Torres Galarza, analisou práticas pedagógicas em uma escola de educação básica da província de Santa Elena.
A pesquisa partiu da constatação de que, em muitos contextos, a superproteção familiar e a falta de ambientes educativos preparados acabam restringindo a independência infantil em tarefas simples, como vestir-se, alimentar-se ou cuidar da higiene pessoal. A partir de observações sistemáticas com sete crianças e da aplicação de técnicas qualitativas, as autoras identificaram que a metodologia Montessori favorece progressos visíveis: crianças que foram estimuladas em atividades de vida prática – como lavar as mãos, organizar materiais ou servir a mesa – demonstraram maior segurança e iniciativa no cotidiano escolar.
Os resultados mostram que, embora persistam dificuldades no desenvolvimento pleno da autonomia – especialmente em hábitos de higiene e manutenção da ordem –, o ambiente preparado e o papel do docente como facilitador são decisivos para que a criança se torne mais independente. O estudo também destaca a importância de respeitar o ritmo de cada criança e de promover a repetição de tarefas como forma de fortalecer a autoconfiança.
O trabalho conclui que a aplicação consistente do método Montessori não apenas favorece o desenvolvimento da autonomia na primeira infância, mas também fortalece dimensões como a autoestima, a autorregulação emocional e a responsabilidade – competências essenciais para a vida em sociedade.
Referência:
CHOEZ ZUÑIGA, Alexandra Lisbeth; TORRES GALARZA, Jessica Marlene. El método Montessori en el desarrollo de la autonomía en niños de 3 a 4 años. La Libertad: Universidad Estatal Península de Santa Elena, 2025.
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