Ambiente digital amplia riscos para crianças, mulheres e idosos e desafia políticas públicas na era da inteligência artificial

O avanço acelerado das redes sociais, das plataformas digitais e da inteligência artificial não afeta todas as pessoas da mesma forma. Enquanto parte da população se beneficia da conectividade, grupos como crianças, mulheres, idosos e pessoas com deficiência acabam mais expostos a riscos como golpes, violência simbólica, discriminação algorítmica e uso indevido de dados pessoais. Essa é a principal conclusão do artigo “Hipervulnerabilidade no ambiente digital: perspectivas jurídicas, sociais e educacionais na era da IA”, assinado por Jamara Cardoso Neves Braz, Katia Cristian Puente Muniz e Claudia Helena dos Santos Araújo Hipervulnerabilidade+No+Ambient….

O estudo argumenta que essa condição, chamada de hipervulnerabilidade digital, não é resultado de falta de cuidado individual, mas de desigualdades históricas que se aprofundam no ambiente on-line. No Brasil, onde a maioria da população está conectada, mas nem sempre preparada para lidar com os riscos da vida digital, essas fragilidades se tornam ainda mais visíveis.

Do ponto de vista jurídico, as autoras analisam leis e decisões recentes que buscam proteger os usuários da internet, como a Constituição Federal, o Marco Civil da Internet, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o novo Estatuto Digital da Criança e do Adolescente, sancionado em 2025. Apesar dos avanços, o artigo aponta que existe uma distância entre o que está previsto na lei e o que acontece na prática, especialmente quando se trata do funcionamento pouco transparente dos algoritmos e da dificuldade do Estado em fiscalizar grandes plataformas digitais Hipervulnerabilidade+No+Ambient….

A pesquisa também chama atenção para os efeitos emocionais e sociais da vida digital. A lógica das redes, baseada em curtidas, visualizações e engajamento, cria uma pressão constante por visibilidade e reconhecimento. Segundo o artigo, esse cenário contribui para ansiedade, exclusão e sofrimento psíquico, principalmente entre pessoas que já enfrentam discriminação fora da internet. A exposição excessiva e a sensação de invisibilidade acabam se tornando duas faces do mesmo problema.

Na área da educação, o texto destaca que garantir acesso à tecnologia não é suficiente. O uso crescente de inteligência artificial por estudantes, muitas vezes sem orientação adequada, revela a urgência de investir em alfabetização digital crítica. Isso significa ensinar não apenas a usar ferramentas digitais, mas também a compreender como funcionam os algoritmos, como os dados são coletados e quais interesses estão por trás das plataformas.

O artigo defende que políticas públicas de educação digital, aliadas à proteção jurídica e à governança das tecnologias, são fundamentais para reduzir riscos e fortalecer a cidadania no ambiente on-line. Sem essa articulação, alertam as autoras, a inovação tecnológica tende a aprofundar desigualdades já existentes, em vez de promover inclusão e proteção social Hipervulnerabilidade+No+Ambient….


Referência

BRAZ, Jamara Cardoso Neves; MUNIZ, Katia Cristian Puente; ARAÚJO, Claudia Helena dos Santos. Hipervulnerabilidade no ambiente digital: perspectivas jurídicas, sociais e educacionais na era da IA. 2025.

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